Geonoma na COP 16 – A COP da Biodiversidade e das Pessoas
Por Geonoma
21 de novembro de 2024
A COP 16 de diversidade biológica aconteceu entre os dias 21 de outubro e 01 de novembro e a Geonoma esteve presente, participando de painéis de parceiros, presenciando as negociações entre países e vivenciando essa experiência incrível que é juntar, presencialmente, pessoas de todas as partes do mundo, focadas no tema da conservação da diversidade biológica.
Com o tema “Paz com a Natureza”, essa COP foi chamada informalmente de “A COP do Povo” o que, de fato, expressou bem seu andamento e resultados. Esta foi a primeira COP após o firmamento do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, em 2022 na COP15, a qual estabeleceu as 23 metas, entre elas a famosa meta 3 que visa a efetiva conservação de pelo menos 30% de todos os ecossistemas terrestres e aquáticos. Metas no papel, a COP 16 teve como foco a regulamentação e implementação do Marco Global.
Alguns passos foram dados, em especial no reconhecimento das comunidades locais, afrodescendentes e povos indígenas como agentes de conservação da natureza e sua devida integração nos projetos e recursos que devam ser direcionados para a conservação. Um dos principais resultados foi a criação de um órgão subsidiário permanente para Povos Indígenas, Comunidade Locais e Afrodescendentes. Na prática, uma plenária de negociações em que essas comunidades terão o protagonismo na orientação técnica dos acordos sobre biodiversidade.
Mas a “COP do Povo” não foi expressa apenas na Zona Azul, local de acesso exclusivo para as delegações credenciadas. A Zona Verde, localizada no centro de Cali e aberta para todas as pessoas, foi um verdadeiro sucesso. A população de Cali abraçou o evento e era comum ver os colombianos andando na rua com camiseta, bonés e broches da COP. A Zona Verde foi muito visitada por grupos escolares e famílias inteiras, inclusive com seus pets, que participavam de exposições imersivas com muito entusiasmo (dava para perceber o clima de alegria e atenção com a pauta ambiental).
Voltando para a Zona Azul, a COP 16 terminou com muitos temas em aberto e uma clara disparidade de opiniões entre os países do Norte e o do Sul global. Não foi possível chegar em um consenso sobre as formas de financiamento e esse tema terá que ser revisto daqui a dois anos, na próxima COP.
Para a Geonoma foi uma experiência única presenciar a construção de instrumentos internacionais que guiarão ações concretas de conservação. Além disso, pudemos rever amigos, conhecemos pessoalmente parceiros de projetos que só havíamos visto on-line e, claro, divulgamos nosso trabalho como executores de ações em biodiversidade, afinal a biodiversidade é a raiz da Geonoma.
Fomos para a COP como parte da delegação do Instituto Life, uma vez que somos credenciados como Consultores Expert Life, ou seja, somos habilitados para aplicar a ferramenta Life Key nas instituições e empresas que querem quantificar seus impactos negativos e positivos em biodiversidade, podendo até mesmo gerar créditos de biodiversidade comercializáveis. Mas isso já é assunto para uma outra publicação.