Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo

Por AE Digital

12 de junho de 2019

No dia 21 de março de 2019, iniciou-se um grande estudo sobre a vegetação do Estado mais populoso do Brasil, o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo.

Essa decisão foi tomada para que o Governo tenha uma base concreta para fortalecer e planejar ações sustentáveis que trarão benefícios a população.

Não é comum vermos isso acontecer, estamos diante de uma situação especial em que um estado voltou sua atenção para a vegetação.

É válido ressaltar que a vegetação traz mais qualidade de vida às pessoas da região, afinal com o replantio é possível amenizar a temperatura e reduzir os efeitos drásticos da impermeabilização do solo.

Ainda assim, a população geralmente não compreende a importância da vegetação e trata isso em segundo plano, algumas pessoas se atém aos agronegócios, mas não é disso que se trata, porque o inventário não busca recursos que estão sendo utilizados, mas os que são nativos e preservados numa região.

O maior problema que o Brasil enfrenta nesse sentido é que a maioria das pessoas não entendam a necessidade de um inventário florestal, salientando que alguns acham que isso é perda de dinheiro e nem ao menos sabem de que se trata.

O que é Inventário Florestal?

Inventário Florestal é um método usado para fornecer informações sobre as características da floresta, tanto quantidade, quanto qualidade, além de muitas outras características das áreas das quais a floresta está se desenvolvendo.

Esse inventário florestal completo vai oferecer inúmeras informações, entre elas: descrição da topografia; descrição de acessos; mapeamento da propriedade; facilidade de transporte da madeira; estimativa da área, quantidade e qualidade de diferentes recursos florestais e estimativa de crescimento (quando o inventário é feito mais de uma vez).

Tipos de Inventário Florestal

Inventário Florestal

Os inventários florestais, segundo Péllico Netto e Brena (1997), podem ser classificados em vários tipos de acordo com sua abrangência, seus objetivos, maneira como se obtém os dados, abordagem da população no tempo e o detalhamento dos seus resultados.

Quanto à abrangência:

  • Inventário Florestal Regional – esse inventário é realizado em grandes áreas com a finalidade de servir como base para planos estratégicos de desenvolvimento regional, mas também para estudos que viabilizam empresas florestais e para adotar medidas que visam a preservação de algumas espécies.
  • Inventário Florestal Nacional – estes não são feitos em um local específico, mas em todo o país com a premissa de servir com base na definição de políticas florestais e criação de planos de desenvolvimento de uso das florestas.
  • Inventário Florestal de Área Restrita – Estes são os mais comuns e representam a maioria dos inventários florestais no Brasil. Normalmente visam determinar o potencial da floresta em questão para a utilização imediata ou para elaborar um plano de manejo.

Quanto aos objetivos:

  • Inventário tático – estes inventários são feitos para atender a solicitação de uma empresa florestal, bem como o conhecimento da dinâmica da floresta, elaboração de plano de manejo e exploração florestal.
  • Inventário estratégico – é usado para inteirar e preparar o poder público para formular políticas de uso e desenvolvimento dos recursos florestais.

Quanto à obtenção dos dados

  • Enumeração total ou censo – nesse inventário ocorre a medição e observação da população, onde obtém-se os valores reais, ou seja, os parâmetros da população.
  • Amostragem – neste tipo é utilizado o sistema de amostragem, quando se observa apenas uma parte da população e, assim, alcançar uma estimativa dos seus parâmetros, onde se consegue um erro de amostragem.
  • Tabela de produção – compõe a base do manejo florestal que indica o comportamento de uma espécie ao longo do tempo em um local específico, submetida a um regime de manejo definido, desde a implementação até o fim da operação e rotação. Essa metodologia implica em apresentar dados dendrométricos das árvores e dos povoamentos de uma espécie, por idade e localização, para um tipo específico de manejo. Dessa forma, é possível avaliar uma floresta a partir da identificação do local, idade e espécie, ao adquirir informações da tabela de produção.

Quanto à abordagem da população no tempo:

  • Inventário contínuo – a sua principal característica é sua repetição, ele é feito e refeito periodicamente. A estrutura de amostragem é simples e materializada de modo duradouro, em razão das sucessivas coletas de dados.
  • Inventário de ocasião ou temporário – é feito apenas uma vez ao longo do tempo, de modo que a estrutura de sua amostragem seja materializada para somente uma coleta de dados.

Quanto ao detalhamento dos resultados:

  • Inventários Florestais de Reconhecimento – oferecem dados generalizados que proporcionam a identificação e limitação das áreas com grande potencial de extração de madeira, mas também de detectar locais onde possam ser usados indiretamente – recreação e lazer, além de indicar áreas com vocação florestal, entre outros.
  • Inventário exploratório – esse é, normalmente, elaborado em grandes áreas à nível de estado ou país. Tem por objetivos: avaliar a área abrangida pela floresta de uma região específica, sua extensão, localização e caracterizar os tipos de florestas existentes.
  • Inventários Florestais de Semidetalhe – um levantamento feito com base no inventário florestal de reconhecimento, sendo os principais aspectos de identificação: ter escala compatível com o nível de informações que se quer ter (geralmente entre 1:50000 e 1:100000), fornecer suposições precisas relacionadas aos parâmetros da população florestal; e permitir a definição de áreas para exploração florestal através de tamanhos variáveis.

Inventário Florestal da vegetação natural do Estado de São Paulo

Agora que esclarecemos um pouco mais sobre o Inventário Florestal, podemos explicar melhor sobre o porquê da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) ter contratado um novo Inventário Florestal da Vegetação natural do Estado de São Paulo por meio do Instituto Florestal.

Esse estudo começou em março no Dia Internacional das Florestas e deve ser concluído em março de 2020, conforme o prazo preestabelecido.

Nesse período o levantamento deve apresentar balanços trimestrais baseados nos dados obtidos para este documento.

No último mapeamento, que foi realizado em 2010, foi apontado que 17,5% do território paulista seja completamente coberto pela vegetação natural, ou seja, esteja repleto de vegetação nativa.

Como explicou Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente: “O Inventário é base para o fortalecimento e planejamento de ações sustentáveis do Governo que garanta ao povo paulista mais qualidade de vida”.

Realizar esse novo mapeamento é um passo crucial para basear as ações da SIMA de licenciamento, conservação, pesquisa e fiscalização ambiental.

Portanto, este é um estudo fundamental para a manutenção e recuperação da biodiversidade ecossistêmica do estado de São Paulo.

No decorrer dos anos, o Inventário Florestal forneceu um suporte imprescindível para a tomada de decisões em políticas públicas setoriais que orientam métodos de preservação e restauração da biodiversidade nativa do Estado.

Os resultados são divulgados à medida que as primeiras regiões estiverem completamente mapeadas.

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